;

O Caderno - Toquinho

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Atividade conversacional

Este texto que esta ai foi escrito em conjunto com uma amiga da faculdade. Foi muito bacana de se fazer, não nos conheciamos muito bem e tivemos de deixar nossas diferenças de lado pra poder fazer esse trabalho. Falando assim atá parece que tivemos vários problemas ao longo do texto mas nem foi assim, foi tudo muito tranquilo. Muito bacana, recomendo.
FÁVERO, Leonor L. ANDRADE, Maria Lúcia C.V. AQUINO, Zilda G.O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 6 Ed., São Paulo: Cortez, 2007.
Segue abaixo o danado crescido e já criado.
Historicamente a escrita sempre teve maior visibilidade dentro dos contextos sociais do que a língua falada (oralidade). Este preconceito passa a ser amenizado a partir de estudos feitos no fim da década de 70 destacando o estudo da conversação. A atividade conversacional necessita de um locutor e um receptor interagindo, pois a partir disto temos a organização do discurso. Tais interlocutores intercalam suas frases em turnos, ou seja, aguardam o momento "específico" para a expressão de cada participante podendo haver interrupções, pausas, hesitações etc. Dentro desta perspectiva podemos destacar encontros simétricos e assimétricos. Um encontro simétrico seria a participação de todos os participantes tendo o mesmo direito de fala ou escolha do assunto a ser debatido. No encontro assimétrico, ocorreria um privilégio a um interlocutor que além de escolher o assunto também poderá direcioná-lo ou encerrá-lo, o que não significa que outras pessoas possam intervir na conversa. Além disso, vale ressaltar que a conversação - seja ela face a face, via telefone, internet - possui um caráter interativo e socializador entre os participantes, inferindo sobre determinado assunto. A coesão e coerência deve ser fator básico na construção textual e oral, pois organiza e dá sequência ao texto. Ventola (1979) propõe uma organização de atividade conversacional, valorizando conversas espontâneas seguindo determinadas variáveis. Seriam elas:

- Tópico ou assunto: são responsáveis por manter o canal de comunicação entre os participantes do dialogo, cuidando da manutenção das relações sociais.

- Situação: seria o contexto ou o momento da conversação, ela mantém o canal de comunicação entre os participantes do diálogo. A situação pode vir a modificar a conversação, já que os participantes precisam estar atentos a atitudes verbais e não verbais.

- Os papéis sociais: é a função que o falante exerce na conversa. São os posicionamentos de acordo com a situação vivida. Em uma sala de aula, por exemplo, você irá usar termos diferentes de uma conversa de bar. Os papéis se alteram conforme os turnos deixando claro o utilização da fala de cada interlocutor, ou seja, a fala pode expressar domínio, autoritarismo, democracia etc.

- O modo do discurso: seria a formalidade ou a informalidade usada de acordo com a intenção da apresentação do discurso. Ex: Conversa entre amigos, reuniões de família seriam conversas informais, diferente de uma entrevista de emprego, onde usamos uma serie de formalidades no discurso.

- O meio: seria a forma como a comunicação é transmitida. Bilhetes, e-mails, telefonemas são exemplos de diferentes meios (canais) de comunicação.

Já para Dittman (1979) é preciso que existam pelo menos dois falantes interagindo para que exista um texto falado (interação ou socialização entre os participantes, o que não implica que discordâncias ocorram). A troca continua de falantes também é necessária, pois só assim existirá dialogo (a troca de turnos entre os interlocutores possibilita, consequentemente, uma troca de idéias); a sequência de ações coordenadas (comunicação em si, onde cada fala complementaria o diálogo mantendo uma coerência) assim como um determinado tempo na fala para que as idéias sejam absorvidas pelo outro e logo após exista resposta; e por último, o envolvimento numa interação centrada (o que seria o foco assunto). O texto falado tem uma organização de idéias muito parecidas com o texto escrito. A estrutura da conversação se organiza em níveis global e local. A conversação local se organiza por turnos, onde um falante faz seu diálogo. Os interlocutores se alternam e desenvolvem suas falas em seqüência podendo haver hesitação, interrupção, sobreposição, etc. Os turnos têm uma relação de continuidade, próxima de falas dos interlocutores, onde o primeiro apresenta uma situação para que o outro possa ocorrer, ou seja, uma pergunta e em seguida uma resposta.
Ex. C1: Vamos brincar?
C2: Vamos! De que?
C1: De amareli...
C2: Há não! Amarelinha não. Vamos brincar de boneca.

Já a global ao mesmo tempo em que a organização da conversação ocorre, ela é conduzida a uma organização global do tópico do discurso, podendo ampliar os turnos gerando desvios de assunto (digressão).
Ex. C1: Eu estou muito feliz.
C2: Por quê?
C1: Vou ao circo hoje com meus pais.
C2: É. Eu também já fui lá... Tem palhaço, elefante, leão...
C1: Por falar em leão, você já foi também ao zoológico?
C2: Não. Não me lembro.
C1: Qualquer dia que eu for lá de novo eu te levo.
C2: Mas, lá no circo que

O texto falado, bem como o texto escrito, necessita de alguns fatores para constituir a textualidade: a coesão e a coerência. Segundo as autoras Fávero, Andrade e Aquino (2007) no texto conversacional a análise dos elementos de coesão deve ser feita de forma específica. Os recursos coesivos mais freqüentes são a coesão referencial, recorrencial ou seqüencial.

- Coesão referencial: é a repetição de uma mesma palavra, seja se referindo a algo ou alguém para que não exista repetições. Essa repetição ajuda a organização tópica.
Ex: “Nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores”. “Tinha uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho tinha uma pedra”.

- Coesão recorrencial: há a presença da paráfrase (desenvolvimento do texto sem alteração da idéia original para se obter acepção, sentido).
Ex: “ O Brasil. É bonito. É bonito. É bonito.”

- Coesão seqüencial: há uma conexão que possibilita uma sequência dentro de uma conversa entre interlocutores com conhecimento prévio do assunto abordado, mesmo em poucas palavras entre os interlocutores nos turnos.
Ex: Daniel: Ontem nós fomos jantar?
Rosa: E....
Daniel: E.... foi muito bom. Ela é muito bacana.
Rosa: Vocês estão?
Daniel: Não, nada a ver somos só amigos.

As autoras apontam quatro elementos básicos que contribuem para a estruturação do texto falado. São eles: o turno, o tópico discursivo, os marcadores conversacionais e o par adjacente.

O turno seria a produção de um falante na conversação. Ocorre alternância dos interlocutores expressando suas idéias, um fala e o outro escuta, porém às vezes pode haver possibilidade de silencio. Qualquer intervenção de um falante pode-se considerar um turno.
Ex: C1: Olá, como você esta?
C2: Opa , tudo bem. E com você?
C1: Também estou ótimo. Mas me diga, e sua mulher já ganhou o bebê?
C2: Ahh sim, obrigado por perguntar. O bebê esta em seu quinto mês.

O tópico discursivo é o assunto do diálogo. Ele é parte estruturante da conversação, podendo ser explícito ou pressuposto. Apresenta as seguintes propriedades.

- Centração: o tópico é o conteúdo do discurso com a utilização de elementos explícitos ou inferidos onde os participantes colaboram para a interação do desenvolvimento textual.

- Organicidade: o tópico tem a relação seqüencial e hierárquica dos assuntos.

- Delimitação local: o tópico é caracterizado por início, desenvolvendo e finalização, porém nem sempre é claro. Há marcadores como pausas, hesitações, perguntas, paráfrases, etc.

Ex: C1: Não me diga que você já operou?
C2: Sim, operei. Ocorreu tudo bem durante a cirurgia.
C1: E o tempo de recuperação? Quanto será?
C2: Acho que daqui a um mês já posso voltar a trabalhar. Isso segundo o médico.

Os marcadores conversacionais servem para indicar elementos verbais, prosódicos e não-linguísticos no diálogo. Podem ser produzidos pelo falante e pelo ouvinte e garantem o desenvolvimento contínuo (seqüência linear) do discurso, a organização hierárquica do texto a fim de obter uma coesão, auxiliando no desenvolvimento do discurso.

Os marcadores verbais têm funções estruturantes, distribucional e funcional de organização do texto. São subdivididos em marcador simples ( somente uma palavra: interjeição, advérbio, verbo, adjetivo, conjunção, pronome, etc. Ex: agora. Aí, claro, então); composto ( é objetivo com tendência à permanência. Ex: então daí, aí depois, quer dizer, etc.); e oracional ( orações apresentadas nos diversos tempos e formas verbais e de orações. Ex: eu acho que, quer dizer, etc.).

Os marcadores prosódicos abrangem entonações (ascendente, descendente, constante), pausas (curtas, médias e longas e propiciam mudança de turno), tom de voz, ritmo, velocidade, alongamentos de vogais, etc. São de origem lingüística, mas não verbal apenas se junta a algum marcador verbal.

O Par adjacente é o elemento da interação. Ele organiza, controla as ligações das ações e pode ser o introdutor do tópico do discurso já que estão relacionados. Eles formam uma espécie de dobradinha na conversação (pergunta/resposta, pedido/concordância ou recusa, convite/ aceitação ou recusa etc). Segundo Fávero, “par adjacente e tópico discursivo estão intimamente relacionados, na medida em que a conversação se organiza por meio de tópicos e estes podem se estabelecer através de pares adjacentes”. (p. 50) Assim, quando levando em consideração a "dobradinha" pergunta e resposta perceberemos que estas não funcionam aleatoriamente e podem ser utilizadas como: Introdução de tópico (Começar a conversa ou um supertópico); Continuidade de tópico (sequência da conversa, que também pode ocorrer para pedir informação, confirmação ou esclarecimento, por exemplo); Redirecionamento do tópico (Quando se percebe uma digressão, uma pergunta pode fazer com que se volte ao assunto anteriormente discutido); Mudança de tópico (A pergunta como instrumento para a troca de um assunto que já possa ter se esgotado).

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Musica O Caderno - Toquinho

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...

Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...(2x)

Como ainda estamos falando de alfabetização, resolvi postar a musica do Toquinho O Caderno que tem muito haver com o assunto. Quando criança (na faculdade nem tanto) o caderno me acompanhava em todos os lugares. Era caderno para ciências, para matematica, para desenho, para português, enfim, era caderno para tudo. Eles me ajudaram com caligrafia, a melhorar minha forma de escrita e na organização das idéias para formação de textos. Hoje eu nem uso muito e confesso que estou perdendo um pouco da habilidade manual da escrita por conta do uso em excesso do computador pra fazer os trabalhos. Tenho de rever isso.

Galera to postando um vídeo sobre alfabetização que vi no youtube, deem uma olhada. A tirinha do Calvin fala também um pouco sobre leitura. As vezes quando criança (ou na monografia) eu queria ler assim.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Aula do dia 02 de junho - Alfabetização ( parte 2)

Ainda continuando com a postagem anterior, analisaremos alguns pontos abordados no texto falando sobre alfabetização.

Poderíamos dizer que existe uma supervalorização da poesia e da prosa nos textos escritos. Tudo bem eles até são grandes gêneros da linguagem, mas existem outras coisas. Até porque se pensarmos melhor, elas usam de variados suportes em suas produções. A exemplo disso temos os jornais, revistas, cartazes, propagandas e etc.

O processo da aquisição da escrita não acontece fora, solta no ar. Para isso é necessário envolver a criança – ou adulto - fazendo dela um sujeito criativo. A seleção dos materiais para leituras é de suma importância nesse processo e deve ser um dos focos na aprendizagem. Folhear um livro, ver figuras , visualizar álbuns de fotografias, todas essas simples atividades ajudam neste trabalho.

O Professor deve instigar, provocar seus alunos. As vezes subestimamos as crianças e achamos que elas não são capazes de identificar textos. Elas fazem isso. Elas identificam diferentes textos. Dê uma receita de bolo, imagens sem palavras, historias em quadrinhos e verá que elas sabem, diferenciá-los entre si.

Interação do aluno com o professor e os colegas na aquisição do processo de escrita é também extremamente importante, pois as experiências que são vivenciadas em conjunto ajudam na apropriação desta habilidade, quando o professor pergunta se a criança esta entendendo, quando faz exercícios de sinonímia onde substitui-se uma palavra por outra de igual significado, ele esta contribuindo para formação lingüística.

As dificuldades em redigir textos por conta de vocabulário extremamente pobre, talvez estejam ligados a falta de experiências mais concretas dos alunos no que diz respeito a escrita e leitura ao longo de suas vidas acadêmicas. Quando menores, o professor é uma espécie de escriba dos alunos. Ele ajuda a tornar familiar o texto que a criança produz.

Quando os alunos estão escrevendo o professor também deve confrontar suas escritas afim de ajudá-los , seja produzindo textos mais longos, trabalhando a ortografia, a memorização da palavra através do som fonética das palavras, trabalhando pontuação, separação silábica e etc.

O alfabetizador deve ter em mente uma coisa muito importante que ainda não foi dita nesta pequena reflexão. Antes de chegar à escola o aluno já vem com uma semi-alfabetização de suas experiências no mundo, a alfabetização na escola apenas continua.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Aula do dia 26 de Maio - Alfabetização (parte 1)

Neste dia utilizamos um texto para algumas reflexões em sala. O texto era de Ana Teberoski e Núria Ribeira e era apenas um fragmento do livro Contextos de Alfabetização Inicial. Retiramos o capitulo que falava sobre Contextos de Alfabetização na Aula.

O texto inicia com a seguinte frase: “Atualmente se aceita que iniciar a educação infantil, os meninos e as meninas têm conhecimentos sobre a linguagem escrita.” Dentro desta idéia podemos afirmar que as crianças tem contato com a língua escrita antes mesmo de iniciarem suas vidas acadêmicas. O aluno não é uma panela vazia que vem pra ser preenchida pelo professor em sala de aula. Paulo Freire apontava essas idéias quando falava da educação bancária que os alunos eram submetidos. Ele já dizia que trabalhar com os elementos do cotidiano ajudariam a entender melhor o processo da produção da escrita, afinal as pessoas vão a bancos, supermercados, olham jornais nas ruas , placas, propagandas e etc.

Dentro da idéia da alfabetização em aula, podemos destacar que o estimulo a leitura é essencial para a apropriação da futura escrita. A manipulação dos objetos relacionados contribui para melhor entendimento deste processo, como o manuseio de livros, revistas, álbum de imagens, jornais e etc. O uso de vocabulário adequado a atividade proposta também irá contribuir para o aumento das possibilidades de maior campo léxico do aluno. Por exemplo quando o professor diz: “vamos folhear o jornal” ou “vamos assinalar.”

O pobrema não acabou. Continua na próxima postagem...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Aula do dia 19 de Maio - considerações sobre a minha ausência

Fala galera, salve, salve leitores desse humilde blog.

Bem desculpe a demora em postar. Admito que as vezes a preguiça me vem e acabo deixando as coisas pra depois. Mas vamos lá. A aula do dia 19 de Maio eu vou ficar devendo um relato mais preciso, eu faltei e acabou que não perguntei aos meus colegas como ela foi. Mesmo assim tenho algumas considerações a fazer.

Tínhamos um trabalho que deveria ser feito em dupla na sala de aula. Este trabalho depois seria compartilhado com outra dupla que deveria fazer comentários em cima do que havíamos escrito. Esta atividade começou na aula do dia 12 de maio e terminaríamos no dia 19, contudo com a minha ausência, minha colega de classe Rosemere que faz dupla comigo acabou ficando sozinha e não pode finalizar todo o trabalho.

Agora vem as considerações que falei que ia fazer. Não sou um Hacker de internet, mas sei até achar as coisas direitinho na grande rede. Baixar arquivos, compartilhar musicas ( não , não é pirataria ein. São apenas backups... nem sei se é assim que escreve), etc. Utilizamos essa maravilhosa ferramenta - que diga-se de passagem irá definir também nossa avaliação na disciplina de TAE de língua Portuguesa – para terminarmos o que havia sido iniciado. Através de uma conversa via MSN terminamos todo o trabalho. Enviamos os arquivos através de e-mails e foi bastante proveitoso.

Claro prefiro as relações mais próximas, você pode ver as reações das pessoas, debater, compartilhar, entre outras coisas. A internet ajuda muito em certos casos, mas não substituiu parte do que já disse anteriormente.

Fica ai minha opinião. Internet é legal? É. Mas nada como a boa e velha conversa ao vivo e a cores.